Há várias formas de viver. Nesse infindável
mercado do bem-viver-feliz cada um escolhe o estilo de vida que quer de acordo
com o que acha que vai lhe trazer felicidade. Pois então, tenho cá me
identificado com o estilo de vida dos fortes, isso mesmo: daqueles que sabem
que é preciso ter força para se humilhar, que é preciso ser corajoso para
chorar, que é preciso ser bravo para amar, que é preciso suportar a dor e lutar
por aquilo que acha que vale a pena levar para o ali e o além; mas também,
daqueles que sabem que não lhe pode faltar garra para renunciar a vida que se
tem levado quando essa se esvair de um sentido mais profundo. Identifico-me com
o estilo de vida daqueles que sabem que tudo pode ter sem nada possuir,
daqueles que sabem que sonhos são necessários, mas não são absolutos, por isso
podem ser trocados numa boa padaria; identifico-me com estilo de vida daqueles
que sendo fortes não se deixam abalar se de fracos forem chamados, até porque o
coeficiente de força só pode ser determinado em relação aos obstáculos que se
tem de enfrentar; de minha parte, contento-me em saber que os obstáculos mais
difíceis de serem vencidos são invisíveis aos olhos e, por vezes, estão dentro
de nós mesmos; contento-me em ser feliz sem compromisso com o que se diz por aí
ser a felicidade. Pois então, prefiro a vida dos fortes que sabem que são
fracos, por isso mesmo, fazem do “negue-se a si mesmo” um dos princípios de sua
caminhada, que assim caminha para além das angústias e das alegrias porque
caminha com poeira nos pés sobre o solo da eternidade.
© Lucas Nascimento
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