Um Estado (instituição) democrático de Direito, que pese a redundância, laico precisa cuidar para que alguns ateus não impetrem suas doutrinas em nome da laicidade e de um conceito pífio de ciência e de pensamento livre, quando, na verdade, o que eles querem é converter de forma dissimulada e sofisticada as pessoas à crença de que Deus não existe e de que a humanidade basta a si mesma. Mas creia, isso não passa de uma ação "religiosa" das mais bregas, porque não se assume; e de uma tendência totalitarista muito bem velada.
Parece absurdo, mas alguns ateus,
se pudessem impediriam pessoas de usarem em espaço público camisas com algum
dizer "religioso". Mas como ainda não podem, em nome da laicidade do
estado ou de instituições, eles querem extinguir QUALQUER forma de se referir a
Deus por parte de estudantes em espaço público como em uma Universidade, por
exemplo. Dado que tal fato, argumentam eles, é uma falta de respeito às outras
religiões e aos ateus (quanto mau-caratismo), ademais, é uma falta de respeito
à laicidade da instituição.
Uma instituição laica não pode
preferir nenhuma religião para dar privilégios ou adotar uma religião oficial.
Isso não quer dizer, de maneira alguma, que uma instituição como uma
universidade não pode ceder comedidamente espaço para seus estudantes que
professam uma fé procederem suas reflexões ou alguma ação social que esteja
contribuindo de forma positiva, e dentro das normas da laicidade, da democracia
e dos Direitos Humanos, para melhoria das pessoas, por sua vez, da sociedade.
Eles argumentam, que se a instituição faz isso pode abrir precedentes para
"treinamentos suicidas de extremistas de religiões do oriente médio"
ali também. Quanta falta de bom senso que chega ao ridículo e em um argumento
esdrúxulo.
Se eles argumentam que a Religião
é perigosa, a gente se pergunta: o que não é perigoso nesse mundo? O ateísmo
também o é, o que dizer da Rússia e do niilismo ateu de seus jovens do século
XIX, tão bem retratos por Dostoiévski? O que dizer das calamidades em nome da
ciência, do progresso, do socialismo etc.
Eles têm medo do poder devastador
da religião. Qualquer pessoa deveria ter, mas não somente da religião, mas
também ter medo do poder devastador da ciência, do progresso, do socialismo, da
política, do futebol, da academia e, sobretudo, medo de si mesmo, pois quando
se perde a razoabilidade e o respeito pelo direito alheio transgredindo a ordem
social, eis a emergência da devastação.
Urge pensarmos e discutirmos as
formas atuais e sofisticadas de tendências totalitaristas que permeiam nossa
sociedade "democrática".
Considere isso uma reflexão e
comentário informal a partir de uma carta formal de um ateu a uma instituição
universitária à qual, de alguma forma, estou vinculado.
Por uma "Fé que pensa, razão
que crê", isso é razoável, por demais.
2012 © Lucas Nascimento
Texto publicado originalmente em www.lucasnascimento.jimdo.com
em 2012
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado pela interação